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quinta-feira, 31 de maio de 2012

Projeto Novos Olhares - 8 Ano - Dia: 01/06



Galera do oitavo ano...Vamos nos reunir dia 01/06 para assistirmos ao filme Tempos Modernos do Charles Chaplin no intuito de analisarmos as mudanças socias, políticas e econômicas na Inglaterra pós Revolução Industrial.

Espero vocês.

às 14 hrs no Cine do Educativa.

Tele Aula Reforma Protestante - 7o Ano - Educativa

Curiosidades da civilização egípcia

Vamos fazer aqui uma viagem de 5000 anos... prepare-se!
Cleópatra

* Cleópatra foi uma das mulheres mais conhecidas da história da humanidade e um dos governantes mais famosos do Antigo Egito, sendo conhecida apenas por Cleópatra, ainda que tivessem existido outras Cleópatras a precedê-la, e que permanecem desconhecidas do grande público.

Nunca foi a detentora única do poder no seu país - de fato co-governou sempre com um homem ao seu lado: primeiramente o seu pai, o seu irmão (com quem casaria mais tarde) e, depois, com o seu filho.

Em todos estes casos, os seus companheiros eram apenas reis titularmente, e, dela era a autoridade de fato.

Algumas de suas excentricidades são citadas em livros de história:
- Ocupava vinte damas de companhia na preparação de seus banhos.
- Ficava até seis horas mergulhada na água extraída de plantas aromáticas.
- Cleópatra testava e eficiência de seus venenos dando-os aos escravos.

Pirâmides

Das sete maravilhas do mundo antigo, as oitenta pirâmides são as únicas sobreviventes. Foram construídas por volta de 2690 a.C., a 10 km do Cairo, capital do Egito. As três mais célebres pirâmides de Gizéh (Quéops, Quéfren e Miquerinos) ocupam uma área de 129.000 m2. A maior delas (Queóps) foi construída pelo mais rico dos faraós, e empregou cem mil operários durante 20 anos. Se enfileirássemos os blocos de granito das três pirâmides, eles dariam a volta ao mundo.

Curiosidades sobre as Pirâmides

- Estas três majestosas pirâmides foram construídas como tumbas dos reis Kufu (ou Quéops), Quéfren, e Menkaure (ou Miquerinos) - pai, filho e neto.
- A maior delas, com 147 m de altura (49 andares), é chamada Grande Pirâmide, e foi construída cerca de 2550 a.C. para Kufu, no auge do antigo reinado do Egito.
- As pirâmides de Gizéh são um dos monumentos mais famosos do mundo.
- Como todas as pirâmides, cada uma faz parte de um importante complexo que compreende um templo, uma rampa, um templo funerário e as pirâmides menores das rainhas, todo cercado de túmulos (mastabas) dos sacerdotes e pessoas do governo, uma autêntica cidade para os mortos.
- As valas aos pés das pirâmides continham botes desmontados: parte integral da vida no Nilo sendo considerados fundamentais na vida após a morte, porque os egípcios acreditavam que o defunto-rei navegaria pelo céu junto ao Rei-Sol.
- Apesar das complicadas medidas de segurança, como sistemas de bloqueio com pedregulhos e grades de granito, todas as pirâmides do Antigo Império foram profanadas e roubadas possivelmente antes de 2000 a.C.

- Existem hoje no Egito 80 pirâmides; A Grande Pirâmide, de 147 m de altura, é a maior de todas.

- Se a Grande Pirâmide estivesse na cidade de Nova Iorque por exemplo, ela poderia cobrir sete quarteirões.

- Todos os quatro lados são praticamente do mesmo comprimento, com uma exatidão não existente apenas por alguns centímetros. Isso mostra como os antigos egípcios estavam avançados na matemática e na engenharia, numa época em que muitos povos do mundo ainda eram caçadores e andarilhos.

- A Grande Pirâmide manteve-se como a mais alta estrutura feita pelo homem até a construção da Torre Eiffel em 1900, 4.500 anos depois da construção da pirâmide.

- Para os egípcios, a pirâmide representava os raios do Sol, brilhando em direção à Terra. Todas as pirâmides do Egito foram construídas na margem oeste do Nilo, na direção do sol poente.

- Os egípcios acreditavam que, enterrando seu rei numa pirâmide, ele se elevaria e se juntaria ao sol, tomando o seu lugar de direito com os deuses.

- A construção da pirâmide foi feita com pedras justapostas, ou seja "encaixadas", sem auxílio de cimento ou qualquer material colante, e alguns blocos estão tão bem unidos que não é possível passar entre eles uma folha de papel, até mesmo uma agulha.

Gabriel o pensador - Lavagem cerebral - 8o. Ano - Educativa



Atividade complementar a discussão sobre discriminação racial e a situação dos negros em nosso país.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

25 curiosidades sobre a escravidão

Dia 13 de maio se comemora a abolição da escravidão no Brasil. O fato ocorreu em 1888, através da assinatura da famosa Lei Áurea, pelas mãos da princesa Isabel. De lá para cá, este fato gera divisões entre aqueles que comemoram a libertação dos escravos e aqueles que acham que a lei áurea não incorporou o negro na sociedade brasileira, mantendo as desigualdades. Sobre este fato, discutiremos em outra postagem. Nesta, vamos apontar 25 curiosidades sobre a escravidão no Brasil.
Atenção: nós compreendemos que o assunto postado abaixo é delicado e suscita os mais diversos sentimentos em diferentes segmentos da população brasileira. O objetivo não é idealizar o assunto ou torná-lo caricato, apenas abordar os fatos. Optamos, também, por utilizar o termo negro ao termo afro-brasileiro, mais utilizado atualmente.
Esta lista foi extraída e adaptada de diferentes fontes, como mania de história e guia dos curiosos.

- Os primeiros navios negreiros foram trazidos pelo português Martim Afonso de Sousa, em 1532. A contabilidade oficial estima que, entre essa data e 1850, algo como 5 milhões de escravos negros entraram no Brasil. Porém, alguns historiadores calculam que pode ter sido o dobro.
- Os navios negreiros que traziam os escravos da África até o Brasil eram chamados de tumbeiros, devido à morte de milhares de africanos durante a travessia. Estas mortes ocorriam devido aos maus-tratos sofridos pelos escravos, pelas más condições de higiene e por doenças causas pela falta de vitaminas, como no caso do escorbuto.
- É possível traçar a origem dos escravos em três grandes grupos: os da região do atual Sudão, em que os iorubás, também chamados nagôs, predominam; os que vieram das tribos do norte da Nigéria, a maioria muçulmanos, chamados de malês ou alufás; e o grupo dos bantos, capturados nas colônias portuguesas de Angola e Moçambique.
- Quando chegava ao Brasil, o africano era chamado de “peça” e vendido em leilões públicos, como uma boa mercadoria: lustravam seus dentes, raspavam os seus cabelos, aplicavam óleos para esconder doenças do corpo e fazer a pele brilhar, assim como eram engordados para garantir um bom preço.
- Um escravo valia mais quando era homem e adulto. Um escravo era considerado adulto quando tinha entre 12 e 30 anos. Eles trabalhavam em média das 6 horas da manhã às 10 da noite, quase sem descanso, e amadureciam muito rápido. Com 35 anos, já tinham cabelos brancos e bocas desdentadas.
- Os cativos recebiam, uma vez por dia, apenas um caldo ralo de feijão. Para enriquecer um pouco a mistura, eles aproveitavam as partes do porco que os senhores desprezavam: língua, rabo, pés e orelhas. Foi assim que, de acordo com a tradição, surgiu a feijoada.
- A Festa de Nossa Senhora do Rosário, a padroeira dos escravos do Brasil colonial, foi realizada pela primeira vez em Olinda (PE), no ano de 1645. A santa já era cultuada na África, levada pelos portugueses como forma de cristianizar os negros. Eles eram batizados quando saíam da África ou quando chegavam ao Brasil.
- Na cidade de Serro (MG), acontece a maior de todas as festas em homenagem a santa, em julho, desde 1720. De acordo com a lenda, um dia Nossa Senhora do Rosário saiu do mar. Ao ser chamada por índios, não se mexeu. O mesmo aconteceu com marinheiros brancos. A santa só atendeu aos escravos, que tocaram bem forte os seus tambores.
- Crianças brancas e negras andavam nuas e brincavam até os 5 ou 6 anos anos de idade. Tinham os mesmos jogos, baseados em personagens fantásticos do folclore africano. Mas aos 7 anos, a criança negra enfrentava sua condição e precisava começar a trabalhar.
- Cada senhor de engenho tinha autorização para importar 120 escravos por ano da África. E havia uma lei que estipulava em 50 o número máximo de chibatadas que um escravo podia levar por dia.
- A cozinha era muito valorizada na casa-grande. Conquistaram o gosto dos europeus e brasileiros os pratos de origem africana, como vatapá e caruru, comuns na mesa patriarcal nordestina. A cozinha ficava num anexo da casa, separada dos cômodos principais por depósitos ou áreas internas.
- Normalmente, divisões internas da senzala separavam homens e mulheres. Mas, algumas vezes, era permitido aos poucos casais aceitos pelo senhor morarem em barracos separados, de pau-a-pique, cobertos com folhas de bananeira.
- Aos domingos, os escravos tinham direito de cultivar mandioca e hortaliças para consumo próprio. Podiam, inclusive, vender o excedente na cidade. A medida combatia a fome do campo, pois a monocultura de exportação não dava espaço a produtos de subsistência.
- Quando a noite caia, o som dos batuques e dos passos de dança dominava a senzala. As festas e outras manifestações culturais eram admitidas, pois a maioria dos senhores acreditava que isso diminuia as chances de revolta.
- Com a expansão das cidades, multiplicam-se escravos urbanos em ofícios especializados, como pedreiros, vendedores de galinhas, barbeiros e rendeiras. Os carregadores zanzam de um lado a outro, levando baús, barris, móveis e, claro, brancos.
- Escravos de Ganho eram escravos que tinha permissão de vender ou prestar serviços na rua. Em troca, ele deveria dar uma porcentagem dos ganhos a seu dono.
- Em algumas regiões, os escravos africanos eram divididos em três categorias: o “boçal”, que recusava falar o português, resistindo à cultura europeia; o “ladino”, que falava o português; e o “crioulo”, o escravo que nascia no Brasil. Geralmente, ladinos e crioulos recebiam melhor tratamento, trabalhos mais brandos e perspectiva de ascenção social.
- Os negros nunca tiveram uma atitude passiva diante da escravidão. Muitos quebravam ferramentas de trabalho e colocavam fogo nas senzalas. Outros cometiam suicídio, muitas vezes comendo terra. Outros, ainda, entregavam-se ao banzo, grande tristeza que podia levar à morte por inanição. A forma comum de rebeldia, no entanto, era a fuga.
- Segundo alguns historiadores, a capoeira nasceu de um ritual angolano chamado n’golo (dança da zebra), uma competição que os rapazes das aldeias faziam para ver quem ficaria com a moça que atingisse a idade para casar. Com o tempo, a prática se transformou em exibição de habilidade e destreza.
- A palavra capoeira não é de origem africana. Ela vem do tupi (kapu’era). Trazida para o Brasil por intermédio dos navios negreiros, a capoeira foi desenvolvida nos quilombos pernambucanos do século XVI. As características de luta e dança adquiridas no país podem classificá-la como uma manifestação cultural genuinamente brasileira.
 O berimbau é um instrumento de percussão trazido da África (mbirimbau). Ele só entrou na história da capoeira no século XX. Antes, o instrumento era usado pelos vendedores ambulantes para atrair os clientes. O arco vem do caule de um arbusto chamado biriba, comum no Nordeste, que é fácil de envergar.
- Até a abolição da escravatura, a lei punia os praticantes de capoeira com penas de até 300 açoites e o calabouço. De 1889 a 1937, a capoeira era crime previsto pelo Código Penal. Uma simples demonstração dava seis meses de cadeia. Em 1937, o presidente Getúlio Vargas foi ver uma exibição, gostou e acabou com a proibição.
- Após a independência de Portugal, em 1822, uma das primeiras medidas do governo foi proibir que alunos negros frequentassem as mesmas escolas que os brancos. Um dos motivos apontados é que temiam eles pudessem transmitir doenças contagiosas.
- O movimento abolicionista tinha mais de 60 anos quando a Lei Áurea foi assinada, em 1888. Mobilizava muitos intelectuais da época, como escritores, políticos, juristas, e também a população de uma forma geral.
- Em 1823, dom Pedro I chegou a redigir um documento defendendo o fim da escravidão no Brasil, mas a libertação só ocorreu 65 anos depois.





Guerra do Paraguai - Revista Aventuras na História Guerra do Paraguai: briga entre Hermanos O brasileiro que aprendeu sobre a Guerra do Paraguai na escola depois da década de 60 tem motivos para se envergonhar de seu país. Afinal, a versão sobre o conflito disseminada pelos livros didáticos é que o Brasil, a Argentina e o Uruguai foram usados em uma guerra arquitetada pela Inglaterra para arruinar o Paraguai. Mas eis que surge um alento para a nossa auto-estima. Uma recente revisão sobre as causas da guerra aponta que a tese da conspiração inglesa é pura fantasia. Na realidade, afirmam os defensores da nova versão, o conflito entre os países sul-americanos foi motivado por disputas de território e poder na região do rio da Prata. A Guerra do Paraguai se estendeu por mais de cinco anos, de dezembro de 1864 a março de 1870. Logo que ela terminou surgiram relatos sobre as batalhas e seus heróis, mas as causas históricas que motivaram o conflito foram relegadas a segundo plano. Isso porque ninguém questionava o fato de o presidente paraguaio, Solano López, ter sido um ditador sanguinário e megalomaníaco que conduziu seu país a uma guerra sem chances de vitória. Odiado por todos, López era visto como o grande causador do conflito. No final do século 19 e início do século 20, algumas vozes se levantaram contra essa versão. No Brasil, os positivistas, contrários à monarquia como forma de governo, passaram a responsabilizar o império pelo confronto. No Paraguai, López teve sua imagem reconstruída e passou a ser apresentado como estadista e grande chefe militar. Para essa corrente revisionista, López foi um exímio general que entrou na guerra para defender os interesses econômicos do Paraguai. Armação inglesa Mas foi no final da década de 1960 que a teoria conspiratória inglesa ganhou força. Intelectuais nacionalistas e de esquerda, com inspiração marxista, criaram a imagem de López como líder antiimperialista. O Paraguai pré-guerra era apresentado por esses estudiosos como uma república autônoma, um país que havia conseguido alcançar o equilíbrio social e o desenvolvimento econômico. Tal condição representaria uma ameaça para a Inglaterra, que perderia uma fonte de matéria-prima no exterior e um comprador de seus produtos industriais. Assim, os ingleses teriam manipulado o Brasil e a Argentina para que destruíssem o Paraguai. Reflexo do contexto histórico em que essa versão foi escrita, de disputas imperialistas, López passava a ser para esses intelectuais quase um líder socialista, a proteger seu país contra uma potência, e o Paraguai se tornava uma espécie de Cuba que lutava contra o domínio dos “Estados Unidos da época”, a Inglaterra. No Brasil, a publicação mais marcante que difundiu essa versão foi Genocídio Americano: a Guerra do Paraguai, de autoria do jornalista Julio José Chiavenatto. A fraqueza dessa tese está na falta de provas. Chiavenatto chegou a escrever em seu livro que “a maioria dos seus documentos [da Guerra do Paraguai], se não todos os documentos mais importantes, está proibida para o pesquisador que pretende ir além de fenômenos circunstanciais”. E é baseada em provas documentais que uma nova teoria veio contestar a idéia de que a guerra foi provocada por uma conspiração inglesa para deter a autonomia paraguaia. “Não existe um documento, de qualquer origem, que mostre a vinculação ou o interesse do governo inglês em fazer uma guerra contra o Paraguai”, afirma o historiador Francisco Doratioto, autor de Maldita Guerra – Nova História da Guerra do Paraguai, livro que marca o neo-revisionismo no Brasil e fortalece a tese de que o conflito foi motivado por interesses regionais. O historiador encontrou uma carta do representante diplomático britânico em Buenos Aires, Edward Thornton, dirigida ao governo paraguaio, em dezembro de 1864, na qual oferecia seus préstimos para evitar uma guerra entre o Paraguai e o Brasil. Doratioto rebate ponto a ponto os argumentos dos intelectuais da década de 60. “É bom lembrar que o império do Brasil estava com relações diplomáticas rompidas com a Inglaterra e só as restabeleceu em outubro de 1865, quando Mato Grosso foi invadido pelo Paraguai em dezembro de 1864”, diz Doratioto, ao contestar a possível intenção da Inglaterra de apoiar o Brasil na guerra. Doratioto, e toda a corrente neo-revisionista, afirma que as causas da guerra foram as disputas regionais. “Não há ‘bandidos’ ou ‘mocinhos’, como quer o revisionismo infantil, mas sim interesses”, escreve em seu livro. Atritos regionais E que interesses eram esses? O Brasil não esperava uma guerra contra o Paraguai, mas, depois de iniciada, apostou que o conflito poderia colocar fim aos problemas de fronteira entre os dois países e às ameaças por parte do Paraguai de impedir a livre navegação pelo rio que dava acesso ao Mato Grosso. Também vislumbrou na guerra uma chance de conter a influência da Argentina sobre o Paraguai. Na época, os estados nacionais ainda estavam se formando e o Brasil temia que Buenos Aires incorporasse o território paraguaio e formasse uma república grande e forte na região, nacionalizando os rios platinos e criando obstáculos à navegação. Para a Argentina, a guerra era a chance de consolidar o Estado centralizado, derrotando o apoio externo dado por Solano López à ala federalista, contrária à unificação argentina. O país também tinha interesses no território do Chaco, até então de soberania paraguaia. O próprio Paraguai tinha seus propósitos. López via a chance de fazer de seu país uma potência e de ter acesso ao mar pelo porto de Montevidéu (o Paraguai havia se aliado à oposição – os blancos – no Uruguai). Já o Uruguai, que vivia um conflito civil, com blancos e colorados na disputa pelo poder, era um país dividido e sem autonomia. Ele tinha no apoio militar paraguaio dado aos blancos contra argentinos e brasileiros uma chance de impedir que esses dois países continuassem a intervir em sua política. E foi exatamente desse apoio que começou a guerra: tropas brasileiras, com aval argentino, entraram no Uruguai para realizar uma intervenção. O Paraguai reagiu invadindo o Mato Grosso e Corrientes, na Argentina, atos que levaram à formação da Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai) para enfrentar López. Para Chiavenatto e a corrente revisionista, essas questões de limite entre os países, “pela sua falta de propósito para causar uma guerra”, foram “meros pretextos para criar condições de uma invasão do Paraguai”, afirma o jornalista. Doratioto contesta: “Parece óbvio, mas quando se discutem as origens da guerra, se esquece de um fato evidente: o Paraguai começou o conflito ao atacar o Mato Grosso e, depois, o território argentino. É importante se ater às datas, de ‘quem fez o que’ antes, o que permite evitar deturpações – conscientes ou não – do processo histórico”. Doratioto considera superada a versão de uma conspiração inglesa. “Entre os historiadores acadêmicos que estudam o assunto não há, hoje, quem a adote”, afirma. E parece ter respaldo. A professora Lídia Maria Vianna Possas, que leciona a disciplina História da Formação dos Países Latino-Americanos na Faculdade de Relações Internacionais da Unesp, de Marília, diz que a antiga versão sobre a Guerra do Paraguai era frágil e parcial. “Era uma visão de que tudo o que ocorria na América Latina tinha um culpado lá fora. Uma questão de auto-estima baixa, pois achávamos que não éramos os responsáveis por nada. Os fatos ocorriam porque os Estados Unidos ou a Inglaterra assim desejavam. Uma historiografia muito marxista”, diz Lídia. Para ela, o neo-revisionismo, que aposta nos conflitos regionais como causadores da guerra, resgatou o papel do sujeito. “Não foi uma guerra orquestrada em Londres. Aqui mesmo existiam pessoas com idéias próprias e que faziam o jogo dos interesses locais.” Dinheiro inglês Lídia lembra que a Inglaterra acabou prejudicando o Paraguai ao fazer empréstimos bancários aos países da Tríplice Aliança, mas afirma que isso não ocorreu de forma deliberada, e sim atendendo a interesses da burguesia inglesa. “A Inglaterra até começa com certo apoio ao Paraguai, mas depois fica com a maioria, com quem irá vencer e comprar dela depois”, afirma Lídia. O apoio financeiro dado pela Inglaterra aos países da Tríplice Aliança é mesmo um dos argumentos mais fortes da teoria conspiratória defendida por intelectuais da década de 60, mas Doratioto rebate essa idéia. “Aqui há dois aspectos preliminares a se considerar: o primeiro é que se trata de banqueiros, de interesse privado, e não do governo inglês; e o segundo é que, no lado brasileiro, o financiamento da guerra foi feito basicamente com recursos próprios. Os empréstimos da Inglaterra significaram pouco mais de 10% do que foi gasto. Banqueiros ganham dinheiro com empréstimos e emprestam para quem pode pagar. Nada de surpreendente, portanto, que tenham emprestado dinheiro aos aliados. E por que não emprestaram ao Paraguai? Porque, já no início da guerra, uma análise pragmática – e eis uma característica dos banqueiros – permitia concluir que o Paraguai podia não ganhar a guerra e, portanto, não seria de se estranhar se deixasse de honrar os empréstimos”, diz o historiador. Doratioto também contesta com veêmencia a idéia central dos revisionistas da década de 60, de que o confronto foi orquestrado pela Inglaterra com o objetivo de aniquilar o desenvolvimento autônomo do Paraguai e abrir um novo mercado consumidor para os produtos britânicos e fornecedor de algodão para as indústrias inglesas. “O mercado consumidor paraguaio era diminuto, pela falta de poder aquisitivo da população, e, ainda assim, aberto a importações. Quanto ao algodão, a Guerra do Paraguai se iniciou quando a luta norte-americana já terminara sem que, durante os quatro anos desse conflito, a Grã-Bretanha tivesse tomado qualquer iniciativa para obter algodão paraguaio”, escreve em seu livro. Mais fantasiosa do que a tese de uma conspiração inglesa para conter o surgimento de uma potência na América Latina talvez seja a idéia de que o Paraguai representasse substancialmente essa ameaça. Segundo Doratioto, o Paraguai de Solano López era uma nação sem dívidas e com avanços tecnológicos justamente graças à presença de técnicos estrangeiros. Mas essa modernização se limitava ao plano militar. No campo, os agricultores paraguaios ainda utilizavam técnicas de cultivo de no mínimo dois séculos atrás. Sem contar que o Estado era dono de quase 90% do território nacional. Também seria equivocado dizer que havia igualdade social e educação avançada. Enfim, parece claro que o Paraguai estava longe de representar uma ameaça às pretensões inglesas. O que nos faz suspirar aliviados – afinal, ao que tudo indica, toda a vizinhança teve um pouco de responsabilidade nessa guerra. Como Solano López virou um herói Terminada a Guerra do Paraguai, o país de Solano López estava empobrecido, com baixa auto-estima e carente de líderes. Esse contexto favoreceu um movimento para recuperar a imagem de López. De ditador responsável por uma guerra desastrosa, ele passou a ser visto como vítima da Tríplice Aliança e personificação do patriotismo. Mas segundo o historiador Francisco Doratioto, os verdadeiros motivos para se construir uma imagem heróica de López foram as vantagens econômicas ambicionadas por seus herdeiros – interessados em receber o espólio do ditador que fora embargado pela Justiça paraguaia. Número de mortes causa divergência As estatísticas sobre o número de mortos na Guerra do Paraguai são díspares. Isso ocorre em parte pela falta de dados confiáveis sobre a população paraguaia antes do conflito. No livro Genocídio Americano: A Guerra do Paraguai, Julio José Chiavenatto diz que, antes da guerra, o Paraguai tinha 800 mil habitantes. Terminado o conflito, existiriam no país 194 mil pessoas, sendo 14 mil homens (70% crianças com menos de 10 anos) e 180 mil mulheres. O autor aponta também que, dos 4200 homens com acima de 10 anos, apenas 2100 tinham mais de 20 anos. Supondo que metade da população antes da guerra era formada por homens e a outra metade por mulheres, a conclusão que se chegaria é que 99,5% da população masculina adulta do Paraguai teria morrido no conflito. O livro Maldita Guerra – Nova História da Guerra do Paraguai, de Francisco Doratioto, traz outras estatísticas. Para o historiador, as perdas paraguaias na guerra variaram entre 8,7% e 69% da população. Ele aponta os dados divergentes sobre o número de habitantes do Paraguai no pré-guerra. A estimativa varia de 285715 a 450 mil pessoas. Portanto, teria sido de 28286, no mínimo, a 278649, no máximo, a redução da população paraguaia ao final dos cinco anos de guerra. Doratioto ressalva que a maior parte das mortes não se deu no campo de batalha, mas em conseqüência de doenças, fome e exaustão física. Além disso, muitos dos paraguaios dados como desaparecidos, na realidade, emigraram para a Argentina ou para o Brasil depois que terminou a guerra. Quanto ao Brasil, o país enviou para o conflito139 mil homens. Desses, cerca de 50 mil morreram, a maior parte devido a doenças e aos rigores do clima. O Uruguai participou da guerra com cerca de 5500 soldados. Ao final do conflito, restavam por volta de 500. Já a Argentina, que contava no início com 30 mil homens, sofreu uma baixa de 18 mil soldados. Saiba mais Livros Maldita Guerra – Nova História da Guerra do Paraguai Francisco Doratioto, Companhia das Letras, 2002. Contesta a idéia de uma conspiração inglesa como causa da guerra e apresenta os conflitos regionais que provocaram a luta. História da Guerra do Paraguai Max von Versen, Itatiaia/ Editora da USP, 1976. O dia-a-dia dos acampamentos paraguaios durante a guerra, incluindo a falta de recursos básicos, como comida e roupa.

terça-feira, 1 de maio de 2012

História do Dia do Trabalho O Dia do Trabalho é comemorado em 1º de maio. No Brasil e em vários países do mundo é um feriado nacional, dedicado a festas, manifestações, passeatas, exposições e eventos reivindicatórios. A História do Dia do Trabalho remonta o ano de 1886 na industrializada cidade de Chicago (Estados Unidos). No dia 1º de maio deste ano, milhares de trabalhadores foram às ruas reivindicar melhores condições de trabalho, entre elas, a redução da jornada de trabalho de treze para oito horas diárias. Neste mesmo dia ocorreu nos Estados Unidos uma grande greve geral dos trabalhadores. Dois dias após os acontecimentos, um conflito envolvendo policiais e trabalhadores provocou a morte de alguns manifestantes. Este fato gerou revolta nos trabalhadores, provocando outros enfrentamentos com policiais. No dia 4 de maio, num conflito de rua, manifestantes atiraram uma bomba nos policiais, provocando a morte de sete deles. Foi o estopim para que os policiais começassem a atirar no grupo de manifestantes. O resultado foi a morte de doze protestantes e dezenas de pessoas feridas. Foram dias marcantes na história da luta dos trabalhadores por melhores condições de trabalho. Para homenagear aqueles que morreram nos conflitos, a Segunda Internacional Socialista, ocorrida na capital francesa em 20 de junho de 1889, criou o Dia Mundial do Trabalho, que seria comemorado em 1º de maio de cada ano. Aqui no Brasil existem relatos de que a data é comemorada desde o ano de 1895. Porém, foi somente em setembro de 1925 que esta data tornou-se oficial, após a criação de um decreto do então presidente Artur Bernardes.